domingo, 26 de maio de 2013

QUARTO PRINCÍPIO PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

         É preciso levar em consideração o objetivo ou o desígnio do livro e/ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.
         Veja um exemplo clássico de má interpretação por não se respeitar o princípio citado acima: Rm 3:28 diz que somos salvos pela fé e Tg 2:24 diz que somos salvos pela fé e pelas obras. De início parece uma contradição, por isso os incrédulos usam muito esses textos para afirmar que existe contradição na Bíblia. Mas quando aplicamos o quarto princípio, a aparente contradição se desfaz, pois vemos que Paulo estava escrevendo para aqueles que confiavam nas obras da lei mosaica como meio de salvação, ou seja, achavam que eram salvos por boas obras (ações boas), ignorando a fé em Jesus. Já Tiago estava escrevendo para aqueles que diziam ter fé, mas suas obras não evidenciavam isso. Também é importante saber que a palavra "justificar" em Tiago significa demonstrar veracidade de uma afirmação anterior, não significa se reconciliar com Deus. É o mesmo caso de Lc 7:35 que diz que "a sabedoria é justificada por todos os seus filhos". O objetivo deles era diferente, por isso existe a diferença na abordagem. Vendo a Bíblia como um todo sabemos que as nossas obras evidenciam que a nossa fé é verdadeira, mas não somos salvos por causa delas.
        Em Tg 2:21 Tiago fala de Abraão, que mostrou que tinha fé por causa da sua atitude de levar o seu filho para ser sacrificado, lembrando que isso não se concretizou, pois Deus não queria que seu filho morresse, era apenas uma prova. Essa "obra" de Abraão o justificou, ou seja, mostrou que a fé dele era verdadeira. Mas ele creu em Gn 15 e demonstrou em Gn 22.

26/05/2013

  OBS: Mensagem pregada na Escola Bíblica da IESF do J3 no dia 05/10/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário